sábado, 4 de julho de 2015

Lápis apontado



   Sempre vi os lápis de meu pai apontados de modo diferente, eles tinham a parte apontada mais longa. Por muito tempo pensei que isso fosse um costume de carpinteiros apontarem seus lápis, já que a ponta mais alongada permite praticidade.

    Ao aventurar em desenhos, descobri que ter a ponta mais longa é costume dos profissionais de desenho, raramente um desenhista profissional usa um apontador para apontar lápis, o estilete embora demore mais, tem suas vantagens.

    Muitas vezes temos que nos adaptar ao modo rápido de fazer as coisas, mas determinadas vezes conservamos velhos hábitos porque nos dão prazer ou traz recordações dos tempos em que tudo era fascinante: - cortar, serrar, desbastar, cheirar, ver a beleza de qualquer pedaço de madeira. Quando olho para a ponta do meu lápis recém-apontado tento discernir se foi utilizado o alburno, o cerne ou até a parte resinosa da madeira (geralmente pinus). Quando as condições são favoráveis à imaginação penso até em como seria a área de reflorestamento dos pinus já que em meu lápis há a inscrição: “Madeira reflorestada.”

    Por hábito, antes de desenhar aponto meu lápis, o que se assemelha a esculpir um pedaço de madeira.

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